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Tele-UTI: como funciona o monitoramento à distância de pacientes graves e suas vantagens 

Médico utilizando tele-uti para atender paciente internado na unidade de terapia intensiva

A Tele-UTI é uma solução em saúde para hospitais que permite o acompanhamento à distância de pacientes graves que estão internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Essa tecnologia responde a desafios frequentes da área, como as necessidades de discutir casos complexos com médicos intensivistas especialistas, de monitorar constantemente as pessoas que estão na UTI e de padronizar a qualidade do atendimento oferecido.  

Desafios no atendimento intensivo tradicional 

Para entender a importância de uma Tele‑UTI é necessário entender, em primeiro, os desafios do modelo convencional. 

Com a intensificação das exigências por desempenho e excelência, as organizações de saúde enfrentam o desafio de otimizar recursos sem comprometer a qualidade do atendimento

No cenário da UTI, além desses fatores, ainda há desafios específicos devido à alta complexidade clínica dos pacientes críticos e à exigência de respostas imediatas. Porém, esses não são os únicos obstáculos; há ainda questões relacionadas à gestão, como: 

Disparidade de médicos especialistas:  

A falta de médicos intensivistas aumenta a desigualdade na oferta de leitos de UTI no Brasil, criando dois problemas ao mesmo tempo: onde há vagas, muitas vezes não há quem atenda, e em outras regiões simplesmente não há leitos suficientes. 

De acordo com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a média de leitos por 100 mil brasileiros é de 36,06. No Distrito Federal são 76,68 leitos/100 mil habitantes, no Sudeste caem para 42,58 e, no Norte, chegam a apenas 27,52. Além disso, 19 dos 27 estados brasileiros estão abaixo da média nacional. 

O censo da AMIB ainda mostra que a densidade de especialistas segue a mesma lógica da distribuição de leitos. O Distrito Federal tem a densidade de 14,06 intensivistas/100 mil habitantes, o que representa quase o dobro da densidade na região Sudeste (7,35/100 mil habitantes) e três vezes a densidade do Mato Grosso do Sul (4,90/100 mil habitantes). 

Isso mostra que faltam especialistas, que acabam concentrados em grandes centros e, como resultado, muitas cidades e hospitais menores ficam sem suporte especializado para atender pacientes em estado grave. 

Custos elevados: 

Manter uma UTI em funcionamento constante exige um investimento significativo. Isso acontece porque os salários de médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas tendem a ser maiores em razão da alta especialização e dos adicionais de plantão noturno e de fim de semana. 
Ainda há o investimento em capacitação contínua da equipe e em sistemas de gestão de leitos e prontuário eletrônico, cuja infraestrutura de TI também envolve licenças e suporte técnico. 

O papel da Tele-UTI no atendimento

A Tele‑UTI é uma solução de telemedicina criada para o cuidado intensivo, que permite acompanhar pacientes graves à distância. Por meio de monitores conectados e sistemas de transmissão seguros, sinais vitais, parâmetros de ventilação mecânica e demais dados clínicos são capturados em tempo real e enviados para uma central remota. 

Com a telemedicina em UTI, a equipe local se conecta a médicos intensivistas especialistas e equipes multiprofissionais, que avaliam cada caso e orientam sobre ajustes nas condutas, sem que os profissionais locais precisem se deslocar ou deslocar o paciente até um centro especializado.  

Esse modelo não só acelera a tomada de decisão, mas também padroniza protocolos de atendimento – que são definidos de forma personalizada e com base nas melhores evidências científicas – e otimiza a gestão de recursos humanos. 

Como a Tele-UTI funciona na prática? 

A infraestrutura necessária para Tele-UTI envolve equipamentos como câmeras de alta definição e plataformas digitais seguras. 

Esses dispositivos permitem o monitoramento visual do paciente e a coleta de informações críticas, como sinais vitais e parâmetros de ventiladores mecânicos, e os transmitem para uma central remota. 

Lá, médicos especialistas acessam todas as informações, avaliam cada caso e emitem recomendações ou orientações de intervenção, sem precisar sair de suas unidades. 

Para atender diferentes necessidades, existem dois modelos principais: 

  • Supervisão 24 horas, com acompanhamento ininterrupto 
  • Consultoria pontual: a equipe local conta com especialistas sob demanda para casos específicos 

Essa flexibilidade permite que cada hospital escolha a configuração que melhor se adapta ao seu perfil e ao volume de pacientes. 

Benefícios da Tele-UTI

  1. Maior acesso a especialistas 
    Ao romper barreiras geográficas, a Tele‑UTI garante que hospitais, mesmo em regiões remotas, tenham suporte de médicos intensivistas de referência. Isso eleva o padrão de atendimento e amplia o acesso ao cuidado, beneficiando pacientes em todas as localidades. 
  1. Uso mais eficiente de recursos 
    Com especialistas acompanhando diversos pacientes de forma remota, reduz‑se a necessidade de equipes completas 24 horas por dia. Dessa forma, é possível realocar profissionais e orçamento para outras áreas críticas. 
  1. Suporte à melhora na qualidade do cuidado oferecido 
    O monitoramento contínuo e a consulta de especialistas tornam possível detectar complicações de forma precoce e agir rapidamente. Isso contribui para melhores desfechos clínicos e redução no tempo de internação, além de diminuir o risco de erros médicos.
  1. Diferencial competitivo 
    Ao implementar Tele‑UTI, hospitais demonstram seu comprometimento com a qualidade e agilidade do atendimento, fortalecendo a reputação institucional e consolidando a confiança de pacientes. 

Como implementar a Tele-UTI 

A implementação de um sistema de UTI à distância requer um planejamento detalhado, além de aliados estratégicos que garantam suporte técnico e operacional. Os passos incluem: 

  1. Definir um plano estratégico: o primeiro passo é mapear as necessidades específicas da instituição, como volume de pacientes, perfil clínico e infraestrutura existente. Com essas informações, é possível estabelecer metas claras e traçar um plano de ação compatível com a realidade do hospital. 
  2. Escolher prestadores de serviço estratégicos: o bom funcionamento da Tele‑UTI depende de contar com um aliado que ofereça tecnologia robusta, experiência no setor e suporte contínuo. Para isso, é importante avaliar: 
    • Histórico de atuação: organizações com experiência comprovada e atuação em instituições de referência 
    • Tecnologia atualizada: plataformas seguras, equipamentos de alta resolução e integração com sistemas já existentes 
    • Suporte técnico: treinamentos, suporte remoto e manutenção preventiva 
    • Conformidade legal: comprometimento com as regulamentações, como as da Anvisa, CFM e com a LGPD, garantindo segurança de dados e confidencialidade. 
  3. Investir em capacitação: o envolvimento da equipe local é essencial. Médicos, enfermeiros e profissionais da área técnica devem receber treinamento para operar os sistemas e integrar os protocolos remotos ao dia a dia da UTI. 
  4. Monitorar e avaliar de forma contínua: acompanhar os resultados é fundamental para garantir a eficiência do serviço. Indicadores de desempenho, como tempo de resposta, adesão às condutas e desfechos clínicos, devem ser monitorados regularmente para ajustes e melhorias contínuas. 

Tele-UTI do Einstein

A Tele-UTI do Einstein representa um avanço significativo na integração entre tecnologia e cuidado intensivo, ao permitir que equipes médicas de diferentes instituições contem com o suporte direto de especialistas do hospital.

Por meio de uma infraestrutura robusta de telemedicina, que inclui dispositivos com áudio e vídeo de alta definição, médicos intensivistas do Einstein participam ativamente da definição de estratégias diagnósticas e terapêuticas para pacientes internados em UTIs adulto, pediátrica ou neonatal.

Essa colaboração remota, baseada em protocolos clínicos consolidados e nas melhores evidências científicas, contribui para a padronização das condutas, a redução da variabilidade assistencial e a otimização do uso de recursos.

A plataforma, desenvolvida internamente, garante segurança da informação, desempenho e disponibilidade, além de promover o engajamento da equipe multidisciplinar local. O resultado é uma melhoria contínua na qualidade do atendimento, com impacto direto nos desfechos clínicos e na geração de valor em saúde.

Conclusão 

A Tele-UTI representa uma transformação significativa na forma como os cuidados intensivos são prestados no Brasil.  

Diante de desafios estruturais como a escassez de especialistas, a desigualdade na distribuição de leitos e os altos custos operacionais, essa tecnologia oferece uma solução eficiente, segura e acessível.

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